sábado, 5 de março de 2011

Casa Agrícola da Senras: Queijo Made In Ribeirão


Casa Agrícola da Senras, em Ribeirão, Vila Nova de Famalicão, é conhecida pela confecção de queijo amanteigado. Por ano são vendidos 40 mil quilos deste produto.
O queijo amanteigado é a imagem de marca da Casa Agrícola da Senras. Na exploração de António Moreira dos Santos, a laborar desde 1977, a paixão pelas vacas foi apenas o início. Agora, com a ajuda das três filhas, a produção de queijo tem-se expandido.
Todo o leite produzido na sua exploração serve para confeccionar cem queijos por dia. No final do ano, são escoados cerca de 40 mil quilos deste produto.
Considerada por muitos uma iguaria, o queijo, que começou a ser confeccionado em 1982, é vendido em vários hipermercados e lojas da especialidade por todo o Norte do país. Mas as redes sociais também têm sido uma boa forma de divulgar a produção. “O queijo também tem Facebook” e os aficionados “fazem bastantes comentários a dizer que não o dispensam”, adiantou Marta Santos, filha do proprietário da casa. “Pessoas no Brasil ou França elogiam e dizem que gostam muito”, acrescentou.
Mas antes de ver o queijo, é importante saber qual a sua origem. Marta Santos apresentou a campeã na produção de leite, mas também nos concursos a nível nacional. Marina “para além de ser uma excelente vaca de concurso também é a melhor produtora da casa”. Durante a lactação já produziu “16 mil litros de leite”.
Na exploração, o efectivo, composto por 90 animais, 42 deles em produção, são também controlados os partos, de forma a “coincidir com as alturas de maior venda do queijo que é o Natal e a Páscoa”, para que as vacas possam produzir mais leite.
O NT foi tentar descobrir os segredos deste queijo que é produzido apenas com o leite retirado do efectivo da Casa Agrícola da Senras. “A ordenha é feita duas vezes por dia e o leite vem directamente para ser pasteurizado. Na fase de fresco é colocado em formas, onde fica a prensar durante cerca de três horas”, explicou Marta Santos.
Depois da prensa, o queijo repousa durante um dia, seguindo mais tarde para a salga, onde se mantém por três horas (o queijo de um quilo ou mais) e uma hora (o queijo de meio quilo). Retirado da salga, o produto ficará a repousar por mais dois dias. “Ao segundo dia é levado para a câmara de cura onde fica por 30 dias”, adiantou, sem querer revelar o verdadeiro segredo desta iguaria. Durante o processo de cura, onde é controlada a temperatura e a humidade dentro de uma câmara frigorífica, dão-se os diferentes processos bioquímicos que tornam o queijo amanteigado. Depois de todos estes processos o queijo é lavado, rotulado e está pronto a ser consumido.
A Casa Agrícola da Senras, para além de produzir queijo, participa ainda em vários concursos da raça Holstein Frísia com as suas melhores vacas. Na Agroleite em S. Pedro de Rates, na Póvoa de Varzim, no Concurso Nacional da Raça Holstein Frísia, em Aveiro, e na Feira Anual da Trofa é já presença assídua. Este ano participa no certame trofense “com 13 ou 14 animais”.

Casaco para alpinistas e tecido à prova de nódoas

Um tecido à prova de nódoas de café, azeite e vinho e um casaco para alpinismo são duas mais recentes criações portuguesas no setor têxtil. É o Portugal Inovador dentro do Portugal deprimido.
Uma parte considerável do valor do setor têxtil português, que produz cerca de sete mil milhões de euros, 60% dos quais provêm da exportação, é classificado de têxteis técnicos. São produtos que inovam pelas técnicas de fabrico ou pela qualidade das matérias-primas. O tecido á prova de nódoas de café, azeite e vinho e um sofisticado casaco de alpinismo são dois exemplos de recentes criações inovadores no campo da inovação têxtil portuguesa.
O primeiro será transformado em toalhas de mesa e guardanapos é uma das mais recentes inovações do Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes (Centi), em parceria com o Citeve. Além de não se sujar com tanta facilidade, este produto têxtil não tem substâncias nocivas para o ambiente e é fácil de limpar.
Em conjunto com alpinistas profissionais, o Citeve e o Centi desenvolveram um moderno blusão para alpinismo utilizando novas tecnologias que permitem um isolamento térmico avançado em conjunto com sistemas de sensorização para um melhor desempenho em condições ambientais extremas.
A sobrevivência do setor têxtil em Portugal passa pela inovação. Quem o garante é Braz Costa, diretor do Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e Vestuário de Portugal (CITEVE). "O setor têxtil em Portugal tem futuro mas, para isso, temos de ser os melhores do mundo", explica.
O Citeve é uma entidade de utilidade pública, privada e sem fins lucrativos que se dedica à promoção da Inovação e Desenvolvimento Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário. Criada em 1989, tem como missão o apoio ao desenvolvimento das capacidades técnicas e tecnológicas das indústrias têxtil e do vestuário. Tem instalações em Vila Nova de Famalicão e na Covilhã, e representações no Brasil e na Tunísia.