quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Tiajo veste tropas portuguesas

Jorge Silva, sócio-gerente da Tiajo, é presidente da Junta de Esmeriz

A Tiajo – Comércio de Têxteis Lda, com sede no Parque Industrial de Pereira, é uma PME Excelência na primeira vez que responde ao desafio lançado pelo IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação).
O sócio-gerente, Jorge Silva, atribui como causa para este prémio a qualidade dos resultados e elevados padrões competitivos, com rácios de solidez financeira e de rendibilidade acima da média nacional.
Estas são as principais razões que fazem da Tiajo uma empresa líder no mercado nacional no segmento das fardas (Exército, Polícia de Segurança Pública e grandes empresas como a Sonae ou a Jerónimo Martins), com uma facturação em 2010 de 8 milhões de euros. Por tudo isto, no ano transacto ocupava o lugar 4558 entre as principais empresas portuguesas.
Para este crescimento, Jorge Silva atribui como causa a satisfação dos clientes e fornecedores, assente numa estratégia de fidelização e numa imagem de confiança. Algo que é conseguido, diz, graças à «equipa de trabalho». Explica este responsável que na Tiajo «formamos uma equipa polivalente: todos somos estivadores e todos somos empregados de escritório, e quem atende o telefone é um potencial vendedor».
Dez funcionários e alguns comissionistas abrangem o país, também Espanha, França e Alemanha, na venda dos tecidos que podem ter características específicas, como anti-fogo, anti-nódoa ou que não sejam condutores de electricidade, e, neste capítulo, o Citeve e outros parceiros da Tiajo são importantes para ajudar a satisfazer as necessidades dos clientes.
Com a distinção PME Excelência, este empresário de Esmeriz acredita que há um selo de garantia que facilitará o acesso ao crédito, melhores condições de aquisição de produtos e serviços, facilitação na relação com a administração pública. «Acima de tudo, será uma mais-valia na relação com os nossos fornecedores e clientes. Sabemos o quanto é importante haver uma relação séria e segura entre as várias empresas, isso é um garante de estabilidade», avalia Jorge Silva.
A abertura de novos mercados também é uma possibilidade, mas o importante, segundo o sócio gerente, é a consolidação do mercado nacional e o crescimento das quotas em Espanha, França, Alemanha, mas também nos países africanos de língua oficial portuguesa, a quem atribui uma relação especial pelas afinidades linguísticas e históricas.
O prémio PME Excelência surge num momento de crise mundial, a que Portugal não fica isento. Circunstâncias «que nos obrigam a pensar mais antes de agirmos, obrigam-nos a ter novas atitudes, a trabalhar mais, mas a crise também nos abre novas oportunidades de negócio, porque sabemos que o enfraquecimento de uns significa uma vantagem para outras empresas», reconhece o empresário. O importante, diz, é manter valores «de seriedade e honestidade na relação com os outros».
Mas ainda sobre a crise e a forma como os empresários podem sair dela, Jorge Silva é crítico com o Estado, de quem diz ser mau pagar e ter uma carga fiscal que sobrecarrega os empresários. «As exigências às empresas são quase desumanas, só se vê a obrigação que o empresário tem, não se vêem as dificuldades e muitas vezes as impossibilidades que têm», continua. Pergunta como é que o empresário pode cumprir se o Estado só paga a 7 ou 8 meses e cobra o IVA (23%) no máximo a quarenta e poucos dias; ou seja, acontece do Estado receber um bem e arrecadar o IVA sobre esse bem quando ainda não pagou ao fornecedor. A Justiça também não funciona, diz Jorge Silva, por considerar que é lenta e não “apanha” os mal intencionados do mundo dos negócios.
A Tiajo – Comércio de Têxteis Lda nasceu em 1994, mas sucede à empresa Joaquim Jorge Alves Silva/Manuela Silva que foi criada a 1 de Setembro de 1988, na sala de uma casa, no lugar do Souto, freguesia de Esmeriz, por um jovem recém-chegado do Serviço Militar. O começo tem origem no sonho de juventude e na dinâmica do homem, à semelhança de tantas outras empresas. Esteve sempre ligada ao têxtil, e só com a Tiajo (os nomes dos filhos Tiago e Jorge) se especializou. No início, Jorge Silva comprava lotes de napas para os estofadores de automóveis e lotes de tecidos que vendia a confecções e feirantes. Só mais tarde, por intermédio de um amigo do empresário, é que a Tiajo se especializa em fardamento. Tem, inclusive, a marca Tiajo. Continua a comprar e vender, não tem tinturaria ou confecção, entregando esses serviços a outras empresas, como a Têxtil Manuel Gonçalves (Ronfe). De cariz marcadamente familiar, a sede continua a ser em Esmeriz, mas tem também um armazém junto à entrada da auto-estrada, em Antas.

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